quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A guerra da sucessão

A oposição conservadora sentiu o golpe. 84% de popularidade para o Lula, eleição das mesas da Cãmara e do Senado sinalizando acordão PT/PMDB, milhares de prefeitos em Brasília para ouvir a mãe do PAC, alterações nas pesquisas de intenção de voto, tudo somado levou turbulência ao ninho dos tucanos.

A reação, como sempre, é liderada pela mídia, núcleo duro da oposição. O centro do ataque, agora, é o Congresso. Raivosos com os acordos, a mídia acionou a metralhadora giratória contra o deputado do DEM e suas propriedades, exige prestação de contas na Internet nos gastos das verbas de gabinete e procura desmoralizar o PMDB (a entrevista do Jarbas Vasconcellos na Veja é só um exemplo), e cobra da Justiça Eleitoral que coíba campanha precoce.

Os tucanos, beneficiários da campanha conservadora midiática, ainda estão como biruta de aeroporto, seguindo a força do vento e não da razão. O maior problema é a divisão interna: a eleição do líder do partido na Câmara Federal provocou racha na bancada e a exigência de prévias para definir o candidato tucano à presidência não é exatamente os desejos do governador José Serra. Mas eles não jogam a toalha, claro, a briga vai ser de cachorro grande: prometem um grande ato, pós-carnaval, de prefeitos, para rivalizar com o Lula, da mesma forma que há o PAC paulista, os pacotes mineiros, tudo para não ficarem fora da luta contra a crise.

A terceira via dessa disputa é uma hipótese, não ganhou, ainda, status de tese. Se o PDT migrar definitivamente para o berço governista, o bloco de esquerda sente o impacto. Seria bom que, no cenário político brasileiro, emergisse uma força alternativa: nem o muito centrão e pouca esquerda da aliança PT/PMDB, nem o retrocesso PSDB/DEM.

Os desejos precisam passar pela viela estreita da correlação de forças. Passarão?

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