quinta-feira, 5 de março de 2009

Mudanças em Cuba

" As cartas de renúncia de Carlos Lage e Felipe Pérez

HAVANA, Cuba (AFP) — O vice-presidente de Cuba, Carlos Lage, e o ex-chanceler Felipe Pérez Roque renunciaram a seus cargos no governo e no Partido Comunista ao admitir erros, segundo as cartas reproduzidas a seguir:
Havana, 3 de março de 2009
Com. Raúl Castro Ruz
Presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros
Segundo Secretário do Comitê Central do Partido de Cuba
Companheiro Raúl:
Dirijo-me a você para renunciar a meus cargos como membro do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e de seu Birô Político e a minha condição de Deputado, Membro do Conselho de Estado e Vice-presidente do Conselho de Estado.
Reconheço os erros cometidos e assumo a responsabilidade. Considero que foi justa e profunda a análise realizada na última reunião do Birô Político.
Fique certo de que meu novo posto de trabalho será uma oportunidade para continuar servindo à Revolução e sempre, como até hoje, serei fiel ao Partido, a Fidel e a você.
Fraternalmente,
Carlos Lage Dávila
Havana, 3 de março de 2009
Com. General do Exército Raúl Castro Ruz
Presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros
Companheiro General do Exército
Querido Raúl:
A partir da discussão mantida pelo Birô Político de nosso Partido, na qual participei como convidado, informo minha decisão de renunciar a minha condição de membro do Conselho de Estado, de Deputado da Assembleia Nacional do Poder Popular e de integrante do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba.
Reconheço plenamente que cometi erros, que foram analisados amplamente na citada reuniao. Assumo minha total responsabilidade por eles.
Continuarei defendendo, com lealdade e modéstia, a Revolução com cujos princípios e ideais estou e estarei sempre plenamente comprometido.
Reitero minha fidelidade a Fidel, a você e nosso Partido.
Saudações,
Felipe Pérez Roque
As duas cartas foram publicadas no jornal oficial do Partido Comunista, o Granma, e no jornal Juventud Rebelde. "

"Reflexiones del compañero Fidel

Cambios sanos en el Consejo de Ministros

Con motivo de los cambios en el seno del Ejecutivo, algunas agencias cablegráficas se rasgan las vestiduras.
Varias de ellas hablan o se hacen eco de rumores "populares" sobre la sustitución de los "hombres de Fidel" por los "hombres de Raúl".
La mayoría de los que fueron reemplazados nunca los propuse yo. Casi sin excepción llegaron a sus cargos propuestos por otros compañeros de la dirección del Partido o del Estado. No me dediqué nunca a ese oficio.
Jamás subestimé la inteligencia humana, ni la vanidad de los hombres.
Los nuevos ministros que acaban de nombrarse fueron consultados conmigo, a pesar de que ninguna norma obligaba a los que los propusieron, a esa conducta, ya que renuncié hace rato a las prerrogativas del poder. Actuaron sencillamente como revolucionarios auténticos que llevan en sí mismos la lealtad a los principios.
No se ha cometido injusticia alguna con determinados cuadros.
Ninguno de los dos mencionados por los cables como más afectados, pronunció una palabra para expresar inconformidad alguna. No era en absoluto ausencia de valor personal. La razón era otra. La miel del poder por el cual no conocieron sacrificio alguno, despertó en ellos ambiciones que los condujeron a un papel indigno. El enemigo externo se llenó de ilusiones con ellos.
No acepto que se mezcle ahora la chismografía con el Clásico de Pelota que está próximo a comenzar. Dije bien claro que nuestros atletas de béisbol eran jóvenes de primera línea y hombres de patria o muerte.
Como ya expresé otras veces regresaremos con el escudo o sobre el escudo.
Venceremos porque sabemos y podemos combinar algo que solo pueden hacer hombres libres, y sin dueños, no los jugadores profesionales.
Leonel Fernández me contaba ayer por la tarde que los excelentes peloteros profesionales dominicanos no deseaban participar en esas competencias, estarían ausentes con dolor para el pueblo que los vio nacer.
Chávez, ignora todavía por qué sus magníficos pitchers y bateadores serán derrotados por nuestros atletas.
El equipo cubano que este año medirá sus fuerzas con los mejores profesionales de Estados Unidos y Japón en las Grandes ligas, es mucho más fuerte y está mejor entrenado que el de hace tres años.
Muchos de ellos son ya veteranos a pesar de su juventud. Ninguno de los hombres que hicieron el equipo quedó en casa, excepto por razones de salud.
Asumo la total responsabilidad por el éxito o el revés. Las victorias serán de todos; la derrota no será jamás huérfana.
i Patria o Muerte! iVenceremos!
Fidel Castro Ruz
Marzo 3 de 2009".

Eis a tradução da frase mais polêmica de Fidel:"O mel do poder pelo qual não conheceram sacrifício algum despertou neles ambições que os conduziram a um papel indigno. O inimigo externo se encheu de ilusões com eles."

As mudanças ocorridas em Cuba surpreenderam pela amplitude e profundidade. Os dois demissionários admitem erros - mas não citam quais - e reafirmam a fidelidade à Revolução Cubana. Reafirmar fidelidade em circunstância como esta é positiva, mas gera algum tipo de dúvida. Uma delas: a fidelidade teria sido questionada em alguma instância partidária ou governamental?

Seja como for, a dinâmica dos processos revolucionários não pode estar associada a perenização nos cargos. A China, por exemplo, introduziu mecanismos de rotatividade de direção institucionalizados, o que, pelo menos, diminui o frisson quando quadros de cúpula do partido ou do governo são substituídos.

A chamada mídia "ocidental", que sempre encobre com uma névoa de mistérios as transições e mudanças dos países socialistas, ainda não conseguiu firmar uma opinião a respeito das substituições ocorridas em Cuba. Tentaram especular com uma tomada de posição de Raúl Castro ante seu irmão Fidel. Mas o apoio imediato de Fidel dissipou, pelo menos publicamente, as especulações.


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