sexta-feira, 13 de março de 2009

Táticas ofensivas e táticas defensivas


Depois de um longo e tenebroso inverno, verão, outono e primavera, eis que senão quando, ressurge o meu amigo Tisiu, honrando-me com seus comentários sempre meticulos a respeito das minhas sopas de letrinhas.


Direto das ruas de Sapopemba, o Tisiu relança com força a tese justa da redução da jornada de trabalho, imperativo diante do aumento da produtividade, das inovações tecnológicas etc. e tal. Há estudos, inclusive, que a jornada semanal de trabalho hoje deveria ser de 20 horas semanais, para se compatibilizar com o grau dedesenvolvimento produtivo que a humanidade alcançou. Até os relógios de ponto de hoje são digitais, diferentes desse antigão da foto.


Tudo isso é verdade, mas a luta pela redução da jornada de trabalho é uma luta de classes, e toda luta de classes é uma luta política e toda luta política depende da conjuntura e da correlação de forças. Certo?


Se isso é certo, igualmente certo é que em conjunturas de retração econômica, desemprego, crise, a tática do movimento sindical é defensiva, luta para manter conquistas e direitos diante dos ataques patronais.


Em conjunturas mais favoráveis, a tática sofre flexões e se parte para maior ousadia, a ousadia de ampliar direitos. O núcleo da luta, na atual conjuntura, deve ser a de preservação do emprego, e a preservação de emprego passa pelas chamadas medidas anticíclicas - para ficarmos no terreno do capitalismo - que revertam a desaceleração econômica (mais investimentos, mais créditos, mais consumo, mais produção, menos juros e spreads bancários, etc.). A redução da jornada também se insere no leque de medidas indutoras do emprego e deve ser bandeira permanente do sindicalismo.


Embora seja difícil mesmo uma pequena diminuição - a PEC em tramitação no Congresso fala em 40 horas semanais - eu soube que, em uma reunião recente, Lula pediu à sua base que aprove a redução. Vamos ver!

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