sexta-feira, 3 de julho de 2009

A política como ela é

1. Apesar dos arroubos e rubores ético-udenistas, a melhor solução para o Senado é a continuidade da atual Mesa Diretora, com Sarney à frente. Dinamitar o status quo é parte da estratégica conservadora, que pretende criar uma muralha intransponível entre o PMDB e a base de apoio ao governo Lula, todos de olhos em 2010. É isso. O resto é marola, conversa pra boi dormir.

2. As pesquisas indicam que, hoje, Alckmin é o favorito para o governo paulista. O prefeito Kassab, sem o concorrente tucano, também sai na frente. E Serra pode optar pelo seu atual chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes, ou, remotamente, nele próprio, caso desista da presidencial, hipótese que pode ser batizada de plano Z. Esse é o retrato de hoje, mas o filme sucessório pode ter fatos novos e, com eles, surpresas. Tudo o que é sólido pode se desmanchar no ar.

3. A bancada estadual do PT firma compromisso com a pré-candidatura do prefeito de Osasco, Emídio de Souza, liderança política com densidade política e eleitoral aquém das necessidades da batalha que se avizinha. Em vez de trabalhar para construir um palanque forte - para a presidência e para o governo paulista - a lógica petista parece privilegiar a reeleição dos atuais deputados, colocando, uma vez mais, a emenda acima do soneto. Na hora do pega pra capar, talvez a lucidez e o obom-senso prevaleçam...

4. O aparente consenso internacional contra o golpe em Honduras não está sendo suficiente para fazer recuar os golpistas. Eles queriam, e parece que já conseguiram, impedir a reeleição de Zelaya, o presidente deposto. Se ele voltar sem punir os golpistas e sem alterar as regras do jogo eleitoral, a oposição terá comemorado uma vitória. A não ser que haja alguma liderança de peso capaz de dar curso a um programa mudancista para os hondurenhos. A eleição está prevista para novembro, mas pode ser antecipada, como medida de negociação para debelar a crise.

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