domingo, 30 de agosto de 2009

Marolinha, marola ou tsunami?

Rola o papo que o Brasil, último a entrar na crise, sairá primeiro e melhor dela. O nosso presidente disse que a crise seria uma marolinha. Foi contestado. A oposição sonhou com o tsunami. Támbém se deu mal.

Li uma análise macarrônica de um economista da Consulta Popular. Perplexo e incrédulo, ele parece lamentar que a gestão da política econômica do país amorteceu a crise e não conseguiu alterar a correlação de forças entre o que ele chama de interesses dos trabalhadores vis-à-vis os da burguesia.

Os economistas estão em dívida com todos nós. Suas previsões não valem uma pataca furada. Pior: muitos de nós embarcamos nessas análises catastrofistas. Os sinais se invertem, mas aparecem alguns consensos:

1. A diversificação das relações comerciais do Brasil ajudou no enfrentamento da crise. O México atrelou sua economia aos EUA e amarga queda do PIB de 8%;
2. O Brasil manteve suas reservas enão houve fuga de capitais. Dizem que inflação aleija e crise cambial mata, e nós nem nos aleijamos nem morremos nessa" pior crise desde 1929".
3. A própria política cambial e monetária do Dr. Henrique Meirelles parece que saiu do inferno e já desfila no purgatório. O Lula prepara o cara para a eleição em Goiás, para governador, com o bordão de que "este é o homem que derrotou a crise!". Quem pode explicar isso?

Um outro debate pós-crise já vem à tona. Com as descobertas das reservas de petróleo na camada de pré-sal, a economia brasileira será alavancada no papel de exportadora de produtos primários - a commodity petróleo? O governador José Serra, em busca de discurso, diz isso.

Mas a própria exploração de petróleo em local tão profundo - sete quilômetros abaixo do nível do mar - pode representar um poderoso estímulo para o desenvolvimento industrial e inovações tecnológicas.

O Brasil já é líder mundial em prospecção de petróleo em águas profundas. O pré-sal exigirá grandes investimentos, as engrenagens da economia vão girar e o Brasil se tornará uma grande potência energética.

Já há quem preveja que, em poucos anos, nosso PIB supere a Itália, a França e o Reino Unido, ficando atrás apenas dos EUA, China, Alemanha e Japão. Parece que está chovendo petróleo na horta do presidente Lula.

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