domingo, 9 de agosto de 2009

Perestroika/Glasnost

O 27º Congresso do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), realizado de 25 de fevereiro a 6 de março de 1986, parece que é o introdutor das bases teóricas e políticas da Perestroika e da Glasnost. Gorbachov dirigiu a URSS de 11 de março de 1985 a 24 de agosto de 1991

Esse movimento, liderado por Gorbachov, tinha dois pilares: a reestruturação (perestroika) econômica e a transparência (glasnost) política. Segundo algumas opiniões, essas decisões foram tomadas pretensamente para a URSS não perder a disputa tecnológica com os EUA.

A URSS estava perdendo terreno face aos EUA por que a economia soviética não suportava os gastos militares, equivalentes aos dos americanos, mas que penalizavam o bem-estar da população e a modernização e o avanço de setores chaves para o desenvolvimento soviético. Tudo agravado com a perda da mística comunista como fator de mobilização ideológica do povo.

O resultado disso tudo, todavia, foi a implosão da URSS. Catorze países surgiram da desagregação da antiga União Soviética: Estônia, Letônia, Lituânia, Bielorrúsia, Ucrânia, Moldávia, Geórgia, Armênia, Azerbaijão, Turquemenistão, Uzbequistão, Casaquistão, Tajiquistão e Kirquizistão.

Na derrocada do chamado socialismo real, pequenos grupos se apoderaram das grandes empresas e máfias de outras. A legendária União Soviética passou a ser dirigida por Boris Yeltsin, títere dos interesses do imperialismo.

Nesse período, de 1989 a 1991, ruíram a União Soviética e os outros países do Leste Europeu, época conhecida como a da "Queda do Muro de Berlim".

Esses acontecimentos resultaram na maior derrota - histórica e estratégica - do socialismo desde a Revolução Russa. Foi o período de grande ofensiva do imperialismo, a proclamação da nova ordem mundial, o "fim da história" e o surgimento da hegemonia unipolar dos EUA.

Como a história não para, menos de vinte anos depois quem desmorona é um outro muro - o "Wall Street", o símbolo maior da globalização neoliberal, hoje às voltas com profunda crise do capitalismo.

Mas há um fato intigrante. Li um livro vietnamita em que se afirma que o processo de renovação naquele país ("dói mói") foi inspirado nas teses do 27º Congresso do PCUS. Um documento congressual do PC do Vietnã afirma que na Uniao Svoiética houve "uma evolução histórica".

O VI Congresso do PCV afirma que a política de renovação no Vietnã bebe na fonte das "novas balizas com base nas ideias postas adiante no 27º Congresso do PCUS". Nesse caso, pode-se dizer, os vietnamitas, mesmo valorizando o PCUS, soube adequar as mudanças às singularidades do seu país.

O fato é que os países socialistas asiáticos (China, Vietnã, República Popular da Coreia e Laos) não sucumbiram. Eis aí um bom material para estudo, nesses tempos de crise do capitalismo e do ressurgimento do socialismo como avanço para a humanidade.

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