segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A disputa pelo Senado em SP

Netinho de Paula (PCdoB), Marta Suplicy (PT), Romeu Tuma (PTB) e Aloysio Nunes (PSDB) são os quatro candidatos mais fortes às duas vagas para o Senado nas eleições de São Paulo. O ex-governador Orestes Quércia, doente, retirou seu nome da disputa.

Os eleitores que se dispunham a sufragar o nome de Quércia parecem não ter uma opção definida e seus votos se distribuem, não se sabe em qual proporção, entre os candidatos remanescentes, jogando mais lenha na fogueira das especulações.

Como toda eleição majoritária, esta também é muito difícil, com um dado enigmático: votar duas vezes para o mesmo cargo ainda não faz parte da cultura política do povo. São infindáveis as teses que procuram captar o sentimento do eleitorado para o primeiro e o para o segundo voto. Especula-se que o primeiro voto é uma certeza e o segundo uma hipótese, mais volátel e sujeito, portanto, a mudanças ao longo da campanha.

Essas dúvidas alimentam estratégias que nem sempre dão bom resultado. A disputa em São Paulo, por exemplo, apresenta nos dias de um hoje um quadro que até algumas semanas atrás não seria considerado plausível. A primeira surpresa é o fato de Dilma ter ultrapassado José Serra no principal reduto do candidato conservador.

É bom que se diga que o alto comando do PSDB pretendia, nas eleições presidenciais em São Paulo, impor uma derrota à candidata  Dilma com, no mínimo, quatro milhões de votos de vantagem. A tendência de derrota de Serra em São Paulo é um torpedo nas pretensões tucanas. Perdendo em SP, a eleição está liquidada, todos sabem disso.

Na esteira da ascensão de Dilma, outro fato importante é que os dois candidatos ao Senado da coligação de esquerda - Netinho e Marta - estão nas primeiras posições. Essa situação, positiva e promissora, parece indicar que a vitória de duas candidaturas de esquerda é plenamente factível, derrubando especulações de que em eleições desse tipo se elege um progressista e um conservador.
A vida vai mostrando que a campanha compartilhada de Netinho e Marta reúne amplas possibilidades de vitória. Romeu Tuma e Aloysio Nunes, cada um por razões próprias, não conseguem empolgar o eleitorado. Principalmente o candidato tucano ao Senado apresenta grandes fragilidades.

Desconhecido dos eleitores - o ex-chefe da Casa Civil atua mais nos bastidores, não é figura com visibilidade - sem propostas inovadoras e sendo membro de uma das facções em declínio do PSDB - o grupo político liderado por Serra - Aloysio faz uma campanha modorrenta, sem eixo e recheada de baixarias que funcionam mais como bumerangue do que como âncora para alavancar sua moribunda candidatura.

Por tudo isso, esses vinte dias finais da campanha podem viabilizar uma situação inédita da história política de São Paulo - a eleição de um senador negro e de uma senadora mulher. Os dois do campo de Dilma! Consolidar e aprofundar esse rumo parece ser o melhor procedimento nesta etapa da campanha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário