quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Eleições: muitos candidatos, poucas vagas

O Brasil tem  135.604.041 eleitores aptos a votar. Desse total, 8.007.074 (5,905%)  são analfabetos. Na ponta oposta, um número menor tem formação universitária completa - apenas 5.135.509 (3,787%). O maior contigente é na faixa dos que sabem ler e escrever até o ensino fundamental completo, que totalizam 75.010.348 (55,315%) eleitores.

O estado de São Paulo tem o maior colégio eleitoral do país, com 30.301.398 eleitores, e um nível de escolaridade pouco acima da média nacional. O eleitorado paulista é constituído de 861.337 (2,843%)  de analfabetos, quantidade inferior aos que concluíram o curso superior, que somam  1.659.448 (5,476%). A faixa compreendida entre os que sabem ler e escrever até o ensino fundamental completo correspondem a 14.635.750 (48,301%).

Os dados disponibilizados pelo TSE no dia de hoje (15/9) registram que 22.570 candidatos tiveram seus registros deferidos. São 9 candidatos a presidente, 171 aos governos estaduais, 273 ao senador, 6036 a Câmara Federal, 14.397 as Assembleias Legislativas e 883 à Câmara Distrital.

O estado de São Paulo tem 1.276 candidatos disputando as 70 vagas de deputado federal e 1.976 candidatos atrás das 94 cadeiras da Assembleia Legislativa paulista. Os números mostram que a eleição é um funil muito estreito. Muitos são os chamados, poucos os escolhidos, como se costuma dizer.

Para um candidato ser eleito deputado estadual em São Paulo, por exemplo, ele precisa provar ao eleitor que, numa lista de 1.976 candidatos, ele é a melhor opção. Como são mais de 30 milhões de corações e mentes em disputa, o principal ponto é definir que ideias defender e que público-alvo atacar.

A massa de votos cresce como círculos concêntricos. O núcleo inicial é o mais fácil - filiados ou simpatizantes do partido, familiares e amigos. Depois a tarefa fica mais complexa: é a acirrada busca de apoio entre eleitores da mesma região, dos companheiros de categoria ou profissão, daqueles que compartilham das mesmas ideias políticas, profissionais, esportivas,  religiosas, culturais, etc.

Há as celebridades - radialistas, artistas, esportistas, religiosos ou grandes lideranças políticas - estes buscam o chamado voto de opinião, tendencialmente disperso e espalhado por vários estratos sociais. Há os que segmentam parte do eleitorado - um policial, um médico, um ruralista, um ambientalista, etc.E existem também os que fazem um pouco de tudo e trabalham com a consigna de juntar todos os cacos para ver se forma uma xícara.

O mais trabalhoso, principalmente em grandes conglomerados urbanos, é como aparecer, ser visto, conhecido e reconhecido. Como a maioria está longe de ser um Netinho de Paula da vida, são os milhões de panfletos, céculas, malas-diretas, telemarketing, reuniões, assembleias, festas, festivais, missas, cultos, atividades esportivas, tudo para vender o seu peixe.

Depois dessa massacrante maratona, para usar um candidato a deputado estadual de São Paulo como exemplo, só 4,76% são recompensados com a eleição. Os que são preteridos nas urnas somam 95,24%. Não é mole, não, meus amigos candidatos! Boa sorte a todos vocês!

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